O Nórdico e a Cigana
Sob o véu das estrelas, na noite infinita, Onde o fogo dança e o destino palpita, Sentam-se dois, tão próximos no chão, O Nórdico guerreiro, a Cigana em oração. Ele, forjado em tempestades glaciais, De pele marcada por runas ancestrais. Ela, vestida com cores que vibram no ar, Filha das estradas, das lendas, do amar. Suas mãos seguram taças do mesmo brilho, Duas vidas tão díspares em único trilho. Ela lê as linhas das chamas no escuro, Ele ouve os ecos de um deus já obscuro. "És trovão ou aurora?", pergunta ela sorrindo, "Sou o vento que uiva, e o aço fluindo". "És liberdade ou presságio?", responde ele, curioso, "Sou dança de pólen e fado formoso". E assim, na troca de palavras ardentes, Entre o gelo e a chama, olhares ferventes, Forjaram um pacto que a noite guardou, Dois corações que o universo costurou. O céu, cúmplice, pintou com a aurora, Um rastro de luz que o tempo decora. Pois o Nórdico e a Cigana, estranhos a sós, Ouviram no silênc...