O cheiro da reconciliação
Brigamos feio, parecia o fim,
mensagens curtas, silêncio sem fim.
Eu já pensava: “Adeus, namoro,
resta-me o vinho, a pizza e o choro”.
Mas eis que encontro, qual relíquia sagrada,
numa sacola, arma encantada:
uma calcinha, simples, nada dobrada,
portadora de paz, bandeira estrelada.
Aproximo o nariz, num gesto solene,
um aroma profundo, e algo me prende.
Nada de insegurança, é o fim da treta
é pura esperança, cheiro de buceta.
De repente, sinto cupidos dançar,
as trombetas da paz começam a soar.
Não é Chanel, nem mesmo Dior,
Mas a fragrância de uma vida melhor.
L. G. Unger
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