O Bom Menino e o Rei

 



Na luz, onde as sombras não ousam pisar,
Um menino nasceu, destinado a lutar.
Sozinho caminhou, em silêncio profundo,
Com olhos fixos no topo do mundo.

Nasceu com o brilho nos olhos,
No coração, uma chama a arder.
Cresceu ouvindo histórias,
De coroas, tronos e o poder.
Um coração puro, mas inquieto,
Sonhava além do que podia ver.

Ele é um bom menino, mas quer se tornar rei,
Nas mãos, a bondade; no olhar, o que não se vê.
Um trono vazio chama mais que a razão,
Ser justo e soberano é sua ambição.

De dia, salvava estranhos,
À noite, contava estrelas.
Cada passo, uma batalha,
Entre querer e merecê-las.

Ele era luz nas sombras,
Mas o escuro o entendia.
Quanto mais alto subia,
Mais sua alma se perdia.

"Se eu for rei," pensa, "serei justo e correto,
Mas se a glória me chamar, que seja por decreto."
Seus passos ecoam entre virtude e tentação,
A vaidade o puxa, mas o bem segura sua mão.

O desejo que arde, um fogo voraz,
Queima a pureza, destrói a paz.

Ele é um bom menino, mas quer se tornar rei,
No peito, um coração que arde como o sol, sem lei.
Deseja o trono, o ouro, o estandarte,
Mas sente o peso de quem a bondade reparte.

Coroas pesam mais que promessas,
O ouro reflete quem você quer ser.
Entre o herói e o tirano,
Qual irá vencer?

Ele caminha entre a luz e a escuridão,
É sua própria guerra, sua redenção.
Na luta interna, o que vai sobrar
Um coração bom ou a coroa a brilhar?


L. G. Unger


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