O Enigma do Aço


Nas terras onde o ferro chora e o vento canta,
Ergue-se um segredo que ao homem desafia.
Nas fornalhas do tempo, o Enigma repousa,
Forjado pelo fogo e pela pura alquimia.

Sob o véu da noite, um brilho distante,
Aço que não é aço, mas chama vibrante.
Lá, nas profundezas do abismo perdido,
Reside a resposta, o mistério querido.

Lá, onde a luz se curva, o som se amansa,
E o coração da terra pulsa em balança,
Reina um enigma que a mente desvenda,
Somente ao tocar a lâmina da grande lenda.

I

Diz-se que o Enigma começou em uma forja antiga,
Onde o fogo não queimava, mas gerava vida.
Ali, o mestre ferreiro, com mãos calejadas,
Criou uma lâmina de poder e de espadas.

A lâmina era feita de algo que não era metal,
Mas um mistério que permeava o mundo primal.
O aço não era aço, o fogo não era chama,
E no ar pairava uma sabedoria sem trama.

Guardado por um dragão, cujas escamas eram ouro,
O Enigma repousava, eterno, em desatino,
Somente o valente, corajoso e audaz,
Poderia desvendar tal segredo, fugaz.

II

Mil heróis tentaram, mil lendas nasceram,
Mas o Enigma do Aço, mais forte, resistiu.
Com mãos marcadas, com ânsia e dor,
Nenhum deles pôde fatiar seu ardor.

A lâmina reluzia com o brilho de um sol distante,
Refletindo mil imagens de eras flutuantes.
Era como se o aço contivesse em seu ser
Toda a história do mundo, um fim e um renascer.

Alguns diziam que a lâmina era pura mente,
Que se moldava ao pensamento do portador ardente.
Outros juravam que era uma chave discreta,
Que abria portais para terras secretas.

III

Nos reinos, o medo se espalhou, e os reis, em corte,
Desesperados, mandaram vir as melhores mentes.
Mas mesmo os sábios, os maiores astrônomos,
Fracassaram, caindo em enigmas ainda mais solenes.

Então, no silêncio de uma noite plácida,
Um herói se ergueu, desconhecido da massa,
Com apenas a fé de um cavaleiro humilde,
A lâmina, finalmente, tocou seu peito de prata.

Com olhos fixos, ele se ajoelhou à sua frente,
E, no silêncio profundo, o Enigma foi decifrado,
Não com força, não com astúcia, mas com alma,
O aço que não era aço revelou sua calma.

IV

O Enigma do Aço não era de ferro, nem de fogo,
Mas da alma humana, seu eterno jogo.
Forjado em mistério, mas com essência pura,
O verdadeiro segredo reside na sua ternura.

No momento em que o herói entendeu seu ser,
A lâmina se transformou em luz a brilhar,
Não mais uma espada de ferro ou aço,
Mas um símbolo de sabedoria a se espalhar.

E assim, o Enigma do Aço, finalmente, se revelou,
Não como uma força bruta, mas como um elo eterno,
Unindo todas as coisas que o homem poderia sonhar,
E no brilho da lâmina, o mundo se iluminou no claro.


L. G. Unger

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