Cidades de Fogo

O sol se esconde atrás do prédio,
mas não há sombra.
A cidade, sempre mais alta,
faz-se escura, mesmo sob a luz.


Olho a rua,
os passos de ninguém
soando na calçada vazia.


É janeiro, o calor parece não ter fim,

E o vento, que só fala a quem ouve,

segue seu caminho.


O calor ainda arde na pele,

mesmo quando a lua chega.

E eu fico aqui, entre as páginas

de um livro que ninguém lê,

contando as gotículas que se escapam.


L. G. Unger


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