Versos de Redenção

 

No véu das sombras, onde o céu se esgarça, 

E a luz das estrelas sutilmente disfarça, 

Caminha uma alma em lamento profundo, 

Na terra desolada, onde o tempo é impuro.

 

Os sussurros do vento são lamentos de dor, 

Que ecoam em muros de um mundo sem cor, 

O passado é um livro cujas páginas se desfazem, 

E o futuro, um véu onde esperanças se esvaem.

 

O vento murmura em cantos antigos, 

Versos de amor e de espinhos amigos.

 

Mas, mesmo nas trevas um lampejo se acende, 

Uma faísca de sonho que a noite não prende, 

Entre os escombros dum sonho outrora perdido, 

Surge uma luz tênue, um sinal prometido.

 

No horizonte distante, um brilho se revela, 

A esperança floresce como a primeira vela, 

E na luz da aurora, onde a sombra se esconde, 

A alma encontra paz, e o coração responde. 


L. G. Unger

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