Dois Mundos


Este mundo, que tanto nos faz laborar

É o mesmo dos nossos belos devaneios

Coexistindo, basta-nos enxergar

É a luz que seca o suor de nossos anseios.


O tempo cinza espanta os corações

Mas é a chuva a secar o fogo que sufoca;

Se ecoassem humildes as orações

Esse véu não cobriria o que nos enamora.


Tornamo-nos adultos pela sobrevivência

No mundo de dificuldades criadas por nós

Mas é o espírito infantil da inocência

A nos ajudar a ouvir uma bela voz.


Não precisamos gastar toda a vida

Tentando decifrar de quem ela parte

Basta permitirmo-nos sentir essa arte

E ouvir o cântico antes de nossa ida.


Não olhe de forma aflita 

Para esse chão de sangue 

Quando há um céu infante

Convidando a uma visita.

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