A semente impotente

 Em meio a uma selva concreta

Tentei plantar uma doce semente

Para verdejar os meus olhos, somente

Mas com toda essa solidez e solitude

Paciência não tem sido minha virtude.


A água cristalina com a qual a rego

Não é a mesma que escorre pelo rosto

Dada a sensação de que há um encosto

O qual me faz sentir tamanho flagelo.


Na minha mente vejo uma linda árvore

Mas minh'alma sente o peso da pedra

Que uns tratam como se fosse mármore

Esse concreto que esmaga a Terra.


Nas árvores buscávamos a sombra

Hoje, o maior tesouro é a luz

Mas uma vez sombra, feita é a cruz

Quanto à verdade, não sou contra 

Mas não há fatos quando se mente

Nem semente que cresça nessa corrente.

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