A rainha do luar insurgente


Quando me perguntam “que machucados são esses?”

Digo que não faço ideia, já fazem meses

Que só sei apontar para os da alma

Eu, a princesa da revolta, nascida longe da calma


Os meus cabelos cresceram até as pernas

Mas não conseguem ocultar quem sou

Talvez não haja véu que cubra as misérias

E, desnuda, minh’alma caminha com o que sobrou.


Quando me perguntam “por que fez isso?”

Só sei dizer que foi impulsivo

E que não me arrependo de nada

Eu, a duquesa dos lamentos, toda culpada


Raspei completamente os meus cabelos

Renunciei ao que há de mais intenso em minha vaidade

Para mostrar a minha alma sem rodeios

E, coberto, o meu coração bate com acuidade.


A rainha do luar insurgente

Inimiga do sereno sol ardente

Desejando apagar todos os seus lamentos

Aguarda incessantemente o fim dos tempos.

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