O Onirista
Pelas difusas selvas das metrópoles
Embrenhava-se o arquiteto das hipérboles
Evitando as folhas amargas
E, agora, nada em meio ao nada
A braçadas largas.
Desviando de qualquer lamento
Ansiando por chegar ao fim
Espera encontrar o estupendo
Mesmo que em simples forma de jardim.
Esse é o plano do escapista.
Nesse corpo jaz a alma do onirista
O mestre da narrativa
Rei das promessas e mentiras.
Desiludido pelo simples Umbral
Que almejava ser o Inferno
Desapontado com a colônia espiritual
Que considera um Paraíso enfermo.
Se decepciona-se com o etéreo
O que será da vida material
Condenada pela sombra do malévolo?
Pobre sonhador
Acha que tudo é amor
Por isso não mais reage à dor.
Esse é o fardo do onirista.
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